E. E. RODRIGUES
ALVES – ATIVIDADE DE HISTÓRIA – 2º BIMESTRE
PROFESSOR: JOSÉ AUGUSTO
– DATA: 04 à 14/06/2021
HABILIDADE TRABALHADA: EF09HI11 Identificar as especificidades e os
desdobramentos mundiais da Revolução Russa e seu significado histórico.
OBJETIVO: Compreender o governo czarista do Nicolau II e as condições sociais da população russa que levaram ao processo de derrubada do czar (1917) e a instauração do governo provisório: a revolução de fevereiro. Compreender a diferença entre os grupos revolucionários russos: os bolcheviques e os mencheviques. Compreender o processo da revolução de outubro e a instauração do comunismo na Rússia: a Era Lênin e a Stalin.
Roteiro de estudo:
1. Assistir
o vídeo indicado neste link: https://youtu.be/XpxprM5lcm0
2. Em
seguida leia com atenção o texto complementar abaixo (não precisa copiar o
texto inteiro);
3. Como
forma de estudo você pode anotar os pontos principais do texto no caderno; (não
obrigatório)
4. Copiar e responder as questões no caderno;
5. Enviar
para o email: josefonseca@prof.educacao.sp.gov.br
6.
Data final para entrega: 14/06/2021
TEXTO COMPLEMENTAR
REVOLUÇÃO RUSSA
No século XIX, a Rússia era um
dos países mais atrasados da Europa do ponto de vista de desenvolvimento
capitalista. Governada por uma monarquia absolutista, sua economia era
essencialmente agrária e a sociedade hierarquizada entre nobreza, o clero ortodoxo
e os camponeses. Maioria da população, estes últimos viviam em regime de
servidão: impedidos de deixar as terras em que trabalhavam, eram obrigados a
pagar ao nobre, dono das terras, uma série de tributos, o que os mantinha em
situação de miséria.
Em 1861º czar Alexandre II aboliu
o regime de servidão, mas os camponeses continuaram sem a posse da terra.
Livres da servidão, muitos deles foram para as cidades à procura de melhores
condições de vida. Esse êxodo rural disponibilizou grandes contingentes de mão
de obra barata para a indústria.
O processo de industrialização na
Rússia teve início em fins do século XIX. Isso só foi possível graças ao
incentivo estatal, à disponibilidade de mão de obra barata e aos investimentos
estrangeiros, principalmente franceses, ingleses e belgas.
Entretanto, o processo de
modernização e o crescimento da economia não beneficiaram toda a população. Os
operários viviam na pobreza, padecendo com baixos salários, péssimas condições
de moradia e jornadas de trabalho muito extensas. Diante dessas condições, a
classe operária russa, as ideias de Karl Marx e Friedrich Engels eram
difundidas por intelectuais da classe média, sobretudo jovens que tinham
formação universitária e acesso às ideias que circulavam na França e na
Alemanha. No fim do século XIX foi criado o PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA, cujos
líderes, George Plekhanov, Vladimir Lênin, Leon Trotsky e Julius Martov, encontravam-se no
exílio.
Em 1903 houve a cisão do partido.
De um lado, um grupo liderado por MARTOV entendia que o proletariado podia
melhorar sua situação por meio da luta grevista e deveria se limitar a lutar
por seus interesses econômicos (tentar um consenso entre operário, camponeses e
a burguesia). De outro lado, o grupo liderado por Lênin considerava a REVOLUÇÃO
SOCIALISTA e o estabelecimento da DITADURA
DO PROLETARIADO deveriam ser os principais objetivos. Os partidários de
Lênin foram chamados de BOLCHEVIQUES (isto, é majoritários), pois conquistaram
a maioria, enquanto seus adversários passaram a ser chamados MENCHEVIQUES
(minoritários).
DICIONÁRIO HISTÓRICO: Ditadura do
Proletariado é um termo cunhado por Karl Marx e Friedrich Engels, criadores do
chamado Socialismo Científico, no qual propunham a organização do proletariado
contra a burguesia como forma de eliminar a exploração capitalista. Segundo
eles, somente o proletariado (trabalhadores assalariados) poderia extinguir o
capitalismo por meio de uma revolução. A partir daí, seria estabelecida a
ditadura do proletariado, fase intermediária (socialismo) rumo à sociedade sem
classes, na qual as terras, as máquinas e as fábricas pertenciam ao coletivo
(comunismo).
O “ENSAIO GERAL” DE 1905
Outro fator que expôs ainda mais
a fragilidade do Império Russo foi a Guerra Russo-Japonesa, entre 1904 e 1905,
pela posse dos territórios da Manchúria e da Coréia, em que os japoneses
derrotaram os russos.
Em 9 de Janeiro (22 de janeiro,
de acordo com o calendário gregoriano, pois os russos adotavam o calendário
juliano), uma multidão de 200 mil pessoas, desarmadas, dirigiu-se ao Palácio de
Inverno, em São Petersburgo, para entregar ao czar Nicolau II uma petição com
diversas reivindicações: redução da jornada diária de trabalho para oito horas
(chegava a ser de 12 a 14 horas), salário mínimo e a eleição de uma
Constituinte por sufrágio universal (consiste no pleno direito ao voto de todos
cidadãos adultos, independentemente de alfabetização, classe, renda, etnia ou
sexo, salvo exceções menores), direto e secreto. A manifestação foi
violentamente reprimida. Os soldados do czar receberam ordens de atirar contra
os manifestantes. O saldo
Imagem abaixo: uma gravura anônima de 1905
- Cossacos armados avançam sobre a população desarmada que protestava em frente
ao palácio do czar
Esse episódio ficou conhecido
como DOMINGO SANGRENTO e desencadeou uma série de greves nas cidades, além de
reações violentas no campo. No Mar Negro, os marinheiros do encouraçado
Potemkin se rebelaram contra os castigos e a fome impostos pelos oficiais do
czar, porém acabaram derrotados. Em relação aos trabalhadores houve a criação
dos SOVIETES, conselhos de operários que surgiram em 1905, em várias cidades da
Rússia, durante as primeiras lutas contra o poder czarista. Mesmo reprimido
duramente as diversas revoltas lideradas pelos Sovietes, o czar cedeu à pressão
e permitiu a eleição da Dumas (Parlamento), que elaborou uma constituição para
a Rússia czarista.
AS REVOLUÇÕES
No início de 1917, as derrotas na
Primeira Guerra Mundial, a crise econômica e social e a insatisfação da
sociedade atingiram o ápice. Estima-se que, nesse período, os salários podiam
comprar menos de 45% dos gêneros que eram adquiridos em 1913. No front, o
número de desertores chegou a 1,5 milhão. Houve racionamento de alimentos.
Diante dessa situação, o czar abdicou em março daquele ano. Com a abdicação do
czar, foi organizado um governo provisório, que convocou eleições para a
formação de uma Assembléia Constituinte, liderado por George Lvov, um príncipe
liberal, e, mais tarde, pelo líder político Alexandre Kerensky, ligado aos
mencheviques. O governo provisório adotou medidas que visavam conter a onda de
insatisfação que assolava o país, como a permissão do retorno dos exilados
políticos e a concessão de liberdade de imprensa.
Em abril de 1917, Lênin voltou do
exilio e lançou as chamadas TESES DE ABRIL (emitidas pelo líder bolchevique
Vladimir Lênin). Nesse documento, propunha que a Rússia saísse imediatamente da
guerra, que se formasse uma república de sovietes e que os bancos e as
propriedades privadas fossem nacionalizados. O novo governo, no entanto, não
atendeu às reivindicações da população. “Paz, pão e terra” – a paz significava
a saída da Rússia da Grande Guerra: o pão, o desejo de acabar com a fome do
povo por meio da distribuição de alimentos e do incentivo à agricultura; a
terra representa a necessidade da realização de uma reforma agrária.
Tudo isso, aliado às profundas
divergências políticas, possibilitou que, em 25 de outubro (7 de novembro, pelo
calendário gregoriano) de 1917, os bolcheviques ocupassem prédios da capital,
São Petersburgo, tomassem o Palácio de Inverno e destituíssem KERENSKI do
poder. A partir de então, teve início a formação de um novo Estado, liderado
por Lênin.
Imagem acima: Revolucionários bolcheviques
tomam o Palácio de Inverno, 7 nov. 1917. O episódio passou a ser conhecido como
Outubro Vermelho, pois no calendário juliano ocorreu em 25 out. 1917.
No poder, os bolcheviques tomaram
as seguintes decisões:
· - a Rússia retirou-se da guerra, firmando a paz
com a Alemanha por meio do Tratado de Brest-Litovsk;
· - as terras pertencentes à família real, aos
nobres e à Igreja Ortodoxa foram confiscadas e entregues aos camponeses;
· - as grandes indústrias foram nacionalizadas,
passando a ser controladas pelo governo;
· - concedeu-se a autodeterminação aos povos
dominados pela Rússia;
A GUERRA CIVIL E O COMUNISMO DE GUERRA
As ações contrarrevolucionárias
foram intensas. No plano externo, Alemanha, França, Inglaterra e Estados unidos
queriam sufocar a revolução promovida pelos bolcheviques para conter o avanço
das ideias comunistas fora da Rússia. Internamente, os contrarrevolucionários,
entre eles monarquistas, mencheviques e liberais, formaram os EXÉRCITOS
BRANCOS. Contando com ajuda financeira e militar dos países capitalistas, eles
cercaram os bolcheviques em Petrogrado (como passou a ser chamado São
Petersburgo entre 1914 e 1924) e Moscou. Mas os revolucionários retomaram a
luta, e sob a liderança de Trotski foi criada a THECA, polícia secreta que
contribuiu para a consolidação do regime. Durante o período de confronto, o
governo dos bolcheviques procurou estabelecer um modelo econômico chamado de
“comunismo de guerra”, que estabelecia um rígido controle do Estado sobre a
economia. Os latifúndios forma expropriados, os bancos, estatizados, os artigos
de primeira necessidade, racionados, e foi proibido o lucro.
Vamos alimentar nosso exército. Pôster
soviético anônimo de 1920. Abaixo da imagem o exército de nossa pátria-mãe. Não
ajude a nobreza do mal a se reabastecer.
A guerra civil provocou enorme
declínio da produção industrial e agrícola russa. A fome e as epidemias
causaram a morte de aproximadamente 5 milhões de pessoas. Diante desse
contexto, uma série de insurreições populares eclodiu em diferentes lugares da
Rússia. A maior delas ocorreu na base naval de Kronstadt, em março de 1921, e
foi reprimida pelos bolcheviques, liderados por Trotski.
Os diversos Exércitos Brancos,
contrarrevolucionários, apesar do apoio que receberam das potências
estrangeiras, foram derrotados pelo Exército Vermelho, melhor organizado e com
amplo apoio popular. A guerra civil terminou em 1921.
ATIVIDADE 1: Documento em análise
Leia o discurso abaixo e responda
às questões no caderno.
PAZ ÁS CABANAS. GUERRA AOS PALÁCIOS!
Camaradas marinheiros, eu os saúdo sem saber ainda se vocês têm acreditado
ou não em todas as promessas do Governo Provisório [...]. Eles prometem mundos
e fundos; estão enganando a vocês e a todo o povo russo. O povo precisa de paz;
o povo precisa de pão; o povo precisa de terra. E eles lhes dão guerra, fome,
nada de pão – deixam os proprietários continuarem controlando a terra.
Precisamos lutar pela Revolução Social, lutar até o fim, até a vitória completa
do proletariado.
Discurso de
Lênin em 16 de Abril de 1917. In: Edmund Wilson. Rumo á estação Finlândia. São
Paulo: Companhia das Letras, 1989. P.459.
(1) Identifique as principais
falhas que Lênin atribui ao Governo Provisório.
(2) Qual é a alternativa proposta
por Lênin para superar essas falhas?
(3) Qual o significado de paz pão e terra
defendido por Lênin?
Data final para entrega: 14/06/2021.
Nenhum comentário:
Postar um comentário