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quarta-feira, 26 de maio de 2021

Geografia - Professora Tânia 7 A,B,C

 Segue o que dei na aula de hoje:

As características dos espaços rural e urbano brasileiros No espaço rural do nosso país existe um grande número de pequenas propriedades com culturas desenvolvidas por meio de mão de obra familiar. Geralmente, nessas propriedades a produção é destinada ao sustento da família do agricultor, assim como parte dela é comercializada. Boa parte da produção das pequenas propriedades rurais abastece o comércio interno do país. No espaço rural brasileiro existem também grandes propriedades agropecuárias equipadas com maquinários sofisticados e técnicas modernas de produção. Muitas dessas propriedades estão voltadas para a produção de gêneros destinados ao comércio externo ou à indústria. Já o espaço urbano brasileiro é formado tanto por pequenas áreas urbanas, como povoados e vilarejos, quanto por cidades de diversas extensões. O Brasil abriga cidades pequenas, médias e grandes, com número variado de habitantes. Em nosso país, a sede de um município está localizada na área urbana, ou seja, na cidade. Embora os espaços rural e urbano no Brasil apresentem características bem distintas, existe uma intensa ligação entre eles, como estudaremos a seguir. 

A interdependência entre 2 o rural e o urbano As atividades econômicas realizadas tanto no campo quanto na cidade estão interligadas. A cidade depende do que é produzido no campo, e o campo, por sua vez, depende do que é produzido na cidade. Por exemplo, o algodão cultivado no campo é transformado pela indústria, muitas vezes localizada na cidade, para a produção do fio e, na sequência, do tecido. Com o tecido, são fabricados vestimentas, roupas de cama, toalhas, entre outros produtos que abastecem tanto o campo quanto a cidade. A interdependência entre o espaço rural e o espaço urbano ocorre com relação às atividades econômicas, mas também em relação às pessoas que vivem em cada um desses espaços. Isso porque muitos moradores do campo trabalham nas cidades, por exemplo, no comércio e vice-versa, ou seja, também existem habitantes das cidades que exercem suas atividades no campo, como veterinários e agrônomos. Veja a seguir um esquema que ilustra alguns exemplos da interdependência entre o espaço rural e o urbano. Na fotografia, município de Sertanópolis (PR), 2015. Nas áreas rurais, geralmente, são produzidos matérias-primas e alimentos em estado natural para a população que vive nas cidades, como arroz, feijão, trigo, milho, hortaliças, legumes, frutas e animais (peixes, aves, gado de corte e gado leiteiro, suínos). As cidades fornecem para o campo, em sua maioria, produtos industrializados, como alimentos, roupas, calçados, eletrodomésticos, defensivos agrícolas (agrotóxicos), insumos (colhedeiras e tratores), assim como os serviços prestados por bancos e profissionais, como veterinários e agrônomos, geralmente sediados nas áreas urbanas. A interdependência entre esses dois espaços costuma ser intensificada, por exemplo, com o aumento da produção industrial, que leva a uma demanda maior por matérias-primas. Consequentemente, os agricultores necessitam aumentar sua produção para abastecer a indústria. Os produtores rurais, por sua vez, utilizam novas tecnologias, produzidas nas cidades, para aumentar sua produtividade. 

O espaço rural e a agropecuária brasileira A agropecuária compreende a prática da agricultura e da pecuária. É uma atividade econômica muito importante no Brasil e ocupa, aproximadamente, 283 milhões de hectares do território brasileiro. Historicamente, a agropecuária influenciou grande parte da ocupação e do povoamento do território brasileiro, além de constituir parte significativa da estrutura econômica do país. Até meados do século XX, essa atividade foi desenvolvida por meios tradicionais de produção, isto é, pela utilização de arado de tração animal, práticas de queimada para a preparação do solo e utilização reduzida de fertilizantes, adubos e maquinários. A partir da década de 1970, a prática da agropecuária moderna foi ampliada no campo brasileiro, com a utilização de recursos mais avançados tecnologicamente na agricultura, como adubos, fertilizantes, sementes selecionadas, máquinas e implementos agrícolas. Na pecuária, verificou-se melhorias com a introdução de técnicas avançadas na criação de animais, como uso de medicamentos mais eficazes, melhoramento genético, vacinas e rações especiais. Fonte: FAO (Food and Agriculture Organization). Disponível em: . Acesso em: 29 ago. 2018. 10% 7% 24% 59% Lavouras Pastagens Áreas que podem ser utlizadas Áreas que não podem ser utlizadas.

Ainda hoje, o desenvolvimento de pesquisas científicas no setor agropecuário, associado ao uso de maquinários e implementos agrícolas sofisticados, vem aumentando a produtividade de muitas propriedades rurais do país. Os gráficos apresentados nesta página permitem constatar a relação entre a mecanização da prática agrícola e o aumento da produtividade.

No Brasil, as técnicas modernas de produção agrícola, em geral, são empregadas nas grandes propriedades monocultoras de gêneros agrícolas comercializados para o exterior, como soja, trigo, café, cana-de-açúcar e laranja.

O êxodo rural e o sonho das cidades Geografia em foco A modernização da agropecuária brasileira estimulou o que denominamos êxodo rural, a migração de um grande contingente de pessoas do campo para a cidade. A introdução de maquinários no campo diminuiu significativamente a quantidade de mão de obra necessária nas propriedades rurais. Muitas pessoas desempregadas por esse motivo passaram a buscar nas cidades melhores oportunidades de vida. Além da mecanização do campo, a oferta de emprego nas atividades industriais, em expansão nos centros urbanos, atraiu grande número de pessoas vindas das áreas rurais. Em 1963, foi criado o Estatuto do Trabalhador Rural, que regularizou as relações de trabalho no campo ao determinar que os trabalhadores rurais deveriam usufruir dos mesmos benefícios trabalhistas que os trabalhadores urbanos, como salário mínimo, décimo terceiro salário e férias com remuneração. Desse modo, os custos trabalhistas aumentaram significativamente para os proprietários de terra, e muitos deles dispensaram trabalhadores rurais com o objetivo de diminuir os gastos com os benefícios recém-adquiridos por esses trabalhadores.

Inchaço urbano Devido à mecanização das atividades no espaço rural, muitos trabalhadores rurais perderam seus postos de trabalho, pequenos agricultores tiveram dificuldades para produzir e competir com os grandes produtores. Por isso, muitos se viram obrigados a migrar para as cidades em busca de melhores condições de vida. No entanto, as áreas urbanas não conseguiram acomodar todos aqueles que chegaram nem gerar empregos em quantidade suficiente. O “inchaço” das áreas urbanas resultou em sérios problemas sociais, como o trabalho em atividades mal remuneradas, o desemprego e o aumento do número de moradias precárias em áreas impróprias, como em encostas de morros e em áreas de mananciais.

Contrastes no campo brasileiro 2 Embora a modernização do campo tenha ocorrido em várias propriedades agropecuárias, o espaço rural é marcado por grandes contrastes tecnológicos. As propriedades rurais modernas convivem com muitos estabelecimentos onde as lavouras são cultivadas com técnicas tradicionais.Conforme observamos nas fotografias, no Brasil existe um setor agropecuário moderno que, geralmente, alcança boas produtividades e coexiste com um setor agropecuário tecnologicamente mais atrasado e, normalmente, pouco produtivo. Além do desigual nível tecnológico presente no espaço rural do país, o tamanho das propriedades constitui outro contraste. No Brasil pequenas propriedades agropecuárias, com até 10 hectares de área, coexistem com imensas propriedades rurais, que têm mais de 1000 hectares de área. Nas páginas seguintes vamos estudar um pouco mais sobre esse contraste do campo brasileiro. 


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