PROF MÁRCIA - 2 MG - 2MH - PORTUGUÊS
Olá,
Espero que estejam todos bem, esta é a primeira atividade do 4º bimestre. Trata-se de um texto sobre violência urbana, quais soluções e perspetivas de melhora. Qualquer dúvida entrem em contato.
Plano de aula não presencial EE Rodrigues Alves |
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Professor: Márcia Ito |
Disciplina: Língua Portuguesa e
Literatura |
Classes: 2MG e 2MH (EJA) |
Data: 22/10 a 04/11 |
Objetivo da aula: Texto sobre o violência
urbana |
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Habilidade da aula: Fazer uma
reflexão sobre as causas e consequências da violência urbana |
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Conteúdo da aula: Texto “Violência Epidêmica – autor Dráuzio
Varella |
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Data da entrega: 04.11.2020 |
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E mail onde o aluno deverá
entregar a atividade: portuguesra@gmail.com |
Violência Epidêmica
A violência urbana é uma enfermidade
contagiosa. Embora possa acometer indivíduos vulneráveis em todas as classes
sociais, é nos bairros pobres que ela adquire características epidêmicas.
A
prevalência varia de um país para outro e entre as cidades de um mesmo país,
mas, como regra, começa nos grandes centros urbanos e se dissemina pelo
interior. A incidência nem sempre é crescente; mudança de fatores ambientais e
medidas mais eficazes de repressão, por exemplo, podem interferir em sua
escalada.
As
estratégias que as sociedades adotam para combater a violência flutuam ao sabor
das emoções, raramente o conhecimento científico sobre o tema é levado em
consideração. Como reflexo, a prevenção das causas e o tratamento das pessoas
violentas evoluíram muito pouco no decorrer do século XX, ao contrário dos
avanços ocorridos no campo das infecções, câncer, diabetes e outras
enfermidades.
A
agressividade impulsiva é consequência de perturbações nos mecanismos biológicos
de controle emocional. Tendências agressivas surgem em indivíduos com
dificuldades adaptativas que os tornam despreparados para lidar com as
frustrações de seus desejos.
A
violência urbana é uma doença com múltiplos fatores de risco, dos quais os mais
relevantes são a pobreza e a vulnerabilidade biológica.
Os
mais vulneráveis são os que tiveram a personalidade formada num ambiente
desfavorável ao desenvolvimento psicológico pleno. A revisão dos estudos
científicos já publicados permite identificar três fatores principais na
formação das personalidades com maior inclinação ao comportamento violento:
1) crianças
que apanharam, foram abusadas sexualmente, humilhadas ou desprezadas nos
primeiros anos de vida;
2)
adolescência vivida em famílias que não lhes transmitiram valores sociais
altruísticos, formação moral e não lhes impuseram limites de disciplina;
3) associação
com grupos de jovens portadores de comportamento antissocial.
Na
periferia das cidades brasileiras vivem milhões de crianças que se enquadram
nessas três condições de risco. Associadas à falta de acesso aos recursos
materiais, à desigualdade social, à corrupção policial e ao péssimo exemplo de
impunidade dado pelos chamados criminosos de colarinho-branco, esses fatores de
risco criam o caldo de cultura que alimenta a violência crescente nas cidades.
Na
falta de outra alternativa, damos à criminalidade a resposta do aprisionamento.
Embora pareça haver consenso de que essa seja a medida ideal e de que lugar de
bandido é na cadeia, não se pode esquecer de que o custo social de tal solução
está longe de ser desprezível. Além disso, seu efeito é passageiro: o criminoso
fica impedido de delinquir apenas enquanto estiver preso. Ao sair, estará mais
pobre, terá rompido laços familiares e sociais e dificilmente encontrará quem
lhe dê emprego. Ao mesmo tempo, na prisão, terá criado novas amizades e
conexões mais sólidas com o mundo do crime.
Construir
cadeias custa caro; administrá-las, mais ainda. Para agravar, obrigados a optar
por uma repressão policial mais ativa, aumentaremos o número de prisioneiros a
ponto de não conseguirmos edificar prisões na velocidade necessária para
albergá-los. As cadeias continuarão superlotadas, e o poder dentro delas, nas
mãos dos criminosos organizados.
Seria
mais sensato investir o que gastamos com as cadeias em educação, para prevenir
a criminalidade e tratar os que ingressaram nela. Mas, como reagir diante da
ousadia sem limites dos que fizeram do crime sua profissão sem investir pesado
no aparelho repressor e no aprisionamento, mesmo reconhecendo que essa é uma
guerra perdida?
Estamos
nesse impasse!
Na
verdade, não existe solução mágica a curto prazo. Precisamos de uma divisão de
renda menos brutal, motivar os policiais a executar sua função com dignidade,
criar leis que acabem com a impunidade dos criminosos bem sucedidos e construir
cadeias novas para substituir as velhas, mas isso não resolverá o problema
enquanto a fábrica de ladrões colocar em circulação mais criminosos do que
nossa capacidade de aprisioná-los.
Só
teremos tranquilidade nas ruas quando entendermos que ela depende do
envolvimento de cada um de nós na educação das crianças nascidas na periferia
do tecido social. O desenvolvimento físico e psicológico das crianças acontece
por imitação. Sem nunca ter visto um adulto, ela andará literalmente de quatro
pelo resto da vida. Se não estivermos por perto para dar atenção e exemplo de
condutas mais dignificantes para esse batalhão de meninos e meninas soltos nas
ruas pobres das cidades brasileiras, vai faltar dinheiro para levantar prisões.
Enquanto
não aprendemos a educar e oferecer medidas preventivas para que os pais evitem
ter filhos que não serão capazes de criar, cabe a nós a responsabilidade de
integrá-los na sociedade por meio da educação formal de bom nível, das práticas
esportivas e da oportunidade de desenvolvimento artístico.
VARELLA, Dráuzio. In. Folha de São Paulo, 9 março 2002.
Entendendo o
texto:
01 – No texto
“Violência epidêmica”, afirma-se que nos bairros pobres a violência urbana
“adquire características epidêmicas”. Considerando o conceito de epidemia
(doença infecciosa que ataca simultaneamente grande número de indivíduos),
explique como o autor justifica essa afirmação.
02 – A
organização de um texto pode ser observada ao se extrair de cada parágrafo a
ideia principal desenvolvida em cada um. O texto “Violência epidêmica” tem 14 parágrafos.
Qual é a ideia principal dos seguintes parágrafos?
Exemplo:
1°
parágrafo– A violência é uma enfermidade contagiosa, epidêmica.
2º parágrafo:
3º parágrafo:
4º parágrafo:
5º parágrafo:
6º parágrafo:
14º parágrafo:
03 – Segundo o
texto, o conhecimento cientifico é pouco aplicado na prevenção das causas e no
tratamento das pessoas violentas. Qual seria a utilidade desse conhecimento?
04 – Enumeração é uma das características do texto dissertativo. Nesse texto o Varella, foi utilizada para apontar as causas pela formação de personalidades com maior inclinação ao comportamento violento. Escreva, com suas próprias palavras, quais são essas causas
05 – O autor é
favor da construção de cadeias novas em substituição às velhas. A partir dessa
posição, ele defende o argumento de que “lugar de bandido é na cadeia”?
Justifique sua resposta.
06 –
Referindo-se à criança, Dráuzio Varella afirma: “Sem nunca ter visto um adulto,
ela andará literalmente de quatro pelo resto da vida”. Que conclusão está
implícita nessa afirmação?
07 – Na
conclusão, o argumentador retorna o que foi dito no início: a violência é uma
doença contagiosa. Ele afirma que não existe solução mágica para o problema da
violência urbana, portanto é preciso adotar algumas medidas. Quais são elas?
08- De acordo com a sua opinião aponte quais seriam as
soluções para o combate à violência urbana. Você concorda com as ideias
colocadas no texto?
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