Plano
de aula não presencial
EE
Rodrigues Alves
|
|
Professor: Cláudio
|
Disciplina: Eletiva – Geografia do Futebol
|
Classes:6º B
|
Data: 10 a 14 de agosto
|
Objetivo da aula: Discutir o futebol de rua como forma de
socialização.
|
|
Habilidade da aula: Desenvolver o
gosto pela prática do futebol independentemente da profissionalização, como
forma de entretenimento e socialização.
|
|
Conteúdo da aula: O futebol de rua e a socialização dos pobres na
França.
|
|
Roteiro da
atividade: Leia o texto com atenção e responda: como o futebol de
rua pode ajudar a diminuir os problemas causados pela marginalização dos
imigrantes.
|
|
Informações adicionais sobre a elaboração e entrega das
atividades:
Vídeos complementares na página do facebook Virtua
professor Claudio - @claudioteacher
|
|
Data da entrega: 17 de agosto.
|
|
E mail onde o aluno deverá entregar a atividade:
claudiogoncalves@professor.educacao.sp.gov.br
|
O futebol de rua e a socialização dos pobres na França
Documentário
disponível na Netflix mostra a cultura em torno da modalidade que une negros,
brancos e árabes
Paris é uma cidade cosmopolita.
Essa palavra dá a ideia de vários povos se misturando e vivendo uma harmônica
“democracia racial”. Na realidade, se povos de origens diferentes estão no
mesmo lugar, sabemos que haverá suas divisões. As cidades cosmopolitas muitas
vezes não passam de cidades cheias de guetos, de espaços para pessoas que não
foram (e não serão) incorporadas na sociedade, que não serão cidadãs. Nelas,
judeus, negros, árabes, chineses, ciganos estão geograficamente separados, e
cada um sabe seu lugar. Assim é a Paris cosmopolita, cheia de guetos de
argelinos, marroquinos, senegaleses, marfinenses, camaroneses e tantas mais
nacionalidades em proporção aos países colonizados (leia-se invadidos) pela
França. Mas há um elemento que une esses marginalizados, e que inclusive pode
ser a ponte para o reconhecimento deles perante a sociedade, o futebol. “O futebol é o esporte dos pobres”. Essa frase vem do
documentário Bola no Asfalto (Ballon sur Bitume, 2016), disponível na Netflix.
Nos guetos de Paris, nos subúrbios e conjuntos habitacionais, o futebol de rua
é o elemento que cria liga entre os jovens, principalmente rapazes. No
documentário, negros e árabes mostram a cultura do futebol de rua. Se no Brasil
nos contentamos com uma bola e dois chinelos para marcar o gol, jogando
descalços e sem camisa, na França o futebol de rua é levado a sério. Não basta
vencer, tem que driblar, as jogadas devem ser plásticas. As regras são
informais, árbitros não são necessários. Desentendimentos acontecem, mas se
resolvem naturalmente, afinal, todos ali tem a mesma origem. E a importância
disso é evidente em Bola no Asfalto. O respeito às origens, carregar o nome do
bairro que nasceu, o número do apartamento que morou no conjunto habitacional,
manter o contato com os amigos de infância, isso é valorizado. Mostra sua
autenticidade. E se tem algo que os jogadores de rua são, é autênticos. O
estilo é levado muito a sério. Camisas de futebol, calças esportivas, tênis da
Nike, brincos, cortes de cabelo da moda, tudo isso faz parte do futebol de rua
francês. E é nele que nasceram alguns grandes jogadores, como Riyad Mahrez,
argelino do Lesceister, o marroquino Mehdi Benatia, do Juventus e o francês
Ousmane Dembélé, que dão depoimentos ao longo do documentário. Mas o futebol de
rua não criou só jogadores, criou também uma série de rappers. Os que não eram
tão bons com a bola nos pés expressaram o amor ao futebol de outras formas. E
uma bela relação foi criada: o futebol inspira os rappers a comporem raps, os
raps inspiram os jogadores a jogarem, as belas jogadas e grandes jogos inspiram
novos raps, enfim, eles se alimentam mutuamente. Gradur, Niska, MHD são alguns
dos que se destacaram com o microfone, e não com a bola. Mas eles são tão
importantes quanto os jogadores. O estilo, a música, as dancinhas na
comemoração dos gols, tudo isso faz parte do futebol de rua. “Os
heróis atuais são os rappers e os jogadores de futebol”, resumiu bem
um entrevistado. Esses são os dois caminhos pra quem quer vencer a pobreza,
ajudar os pais e conseguir uma posição melhor na vida. Se isso não for
possível, pelo menos essa juventude não está sucumbindo à violência, às drogas,
aos grupos terroristas que vivem assediando jovens insatisfeitos, dando-lhes um
“propósito de vida”. Eles criaram sua própria socialização, suas regras, sua
segunda família. Em meio ao racismo, marginalização e pobreza, o futebol de rua
é uma cultura de alegria, de superação, de amizade. E os campos e quadras
urbanas (que carregam nomes magistrais como os lendários estádios San Siro e La
Bombonera) são o coração de uma juventude viva, vívida, que quer se divertir,
se expressar, se vestir bem, dançar, cantar, ser gente também. Se Paris não é
verdadeiramente cosmopolita, o futebol é. Ele é negro, branco, árabe,
brasileiro, francês, chinês. Ele é do bilionário Real Madrid, dos moradores de
guetos da França, e de quem mais quiser. O futebol é o esporte dos pobres. E
nele, nossa alma se aquece.
Atividade
Leia o texto com atenção e
responda: como o futebol de rua pode ajudar a diminuir os problemas causados
pela marginalização dos imigrantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário