Disciplina: História
Turmas: 8º ano B e 8º ano C
Data de postagem: 05 e 06 de agosto de 2020
Data de entrega: até 13 de agosto (por e-mail ou através do Google Classroom)
Atividade 4. Os bairros operários
Fonte 1: Descrição da cidade de Manchester, Inglaterra.
“Trinta o quarenta manufaturas se elevam no alto das colinas que eu estou descrevendo. (...) Mas como se poderia descrever o interior desses quarteirões colocados ao acaso, receptáculos do vício e da miséria, que envolvem e comprimem com suas medonhas voltas os grandes palácios da indústria? Sobre um terreno mais baixo que o nível do rio, dominado por todos os lados por enormes oficinas, se estende por terreno pantanoso, com valas que não são saneadas.
Noutra parte, aparecem pequenas ruas tortuosas e estreitas, margeadas por casas de um único andar, onde há tábuas mal unidas e tijolos quebrados como a última morada que possa ter o homem entre a miséria e a morte. Entretanto, seres desafortunados que ocupam esses redutos excitam ainda inveja entre alguns de seus semelhantes. Sob essas miseráveis moradias encontram-se uma fileira de porões, os quais conduzem a um corredor semissubterrâneo. Em cada um desses lugares úmidos e repelentes são amontoadas, confusamente, 12 ou 15 criaturas humanas. (...)
Levantai a cabeça, e a toda volta desse lugar vos vereis levantarem-se imensas indústrias. Vós ouvireis o ruído dos fornos e do vapor. Estas vastas moradas impedem o ar e a luz de penetrar nas habitações humanas que elas dominam; aquelas lhe envolvem de um ruído contínuo.
Uma espeça e negra fumaça cobre a cidade. O sol aparece através dela como um disco sem raios. É neste dia incompleto que se agitam sem cessar 300 mil criaturas humanas.”
TOCQUEVILLE, Alexis de. Obras completas; pp 79-91. Adaptado.
Fonte 2: Gravura de Londres, século XIX.
Fonte 3: Os bairros operários da Inglaterra, anos 1840.
“Todas as grandes cidades possuem um ou vários ‘bairros de má reputação’ – onde se concentra a classe operária. É certo que é frequente a pobreza morar em vielas escondidas, muito perto dos palácios dos ricos, mas, em geral, designaram-lhe um lugar à parte, onde, ao abrigo dos olhares das classes mais felizes, tem de se safar sozinha, melhor ou pior.
Estes ‘bairros de má reputação’ são organizados em toda a Inglaterra mais ou menos da mesma maneira, as piores casas na parte mais feia da cidade, a maior parte das vezes são construções de um ou dois andares, de tijolos, alinhadas em longas filas, se possíveis com caves (porões) habitadas e quase sempre irregularmente construídas. Estas pequenas casas de três e quatro divisões e uma cozinha chamam-se cottages e constituem em toda a Inglaterra, exceto em alguns bairros de Londres, as habitações da classe operária.
Habitualmente, as próprias ruas não são planas nem pavimentadas; são sujas, cheias de detritos vegetais e animais, sem esgotos nem canais de escoamento, malcheirosos. Para além disso, o arejamento torna difícil, pela má e confusa construção de todo o bairro, e como aqui vivem muitas pessoas num pequeno espaço, é fácil imaginar o ar que se respira nestes bairros operários. De resto, as ruas servem de secadouro, quando há bom tempo; estendem-se cordas duma casa à casa da frente, onde se pendura roupa úmida.”
ENGELS, Friedrich. A situação da classe operária na Inglaterra. P.59.
Fonte 4: O Bairro operário Bloomsburry, Londres, Inglaterra, 1875.
Questões
- Caracterize a cidade industrial e um bairro operário inglês de meados do século XIX, de acordo com as descrições feitas pelo escritor francês Alexis de Tocqueville, na fonte 1, e pelo escritor alemão Friedrich Engels, na fonte 2.
- Que elementos existem em comum nas descrições dos escritores e nas duas imagens?
- O processo de desenvolvimento da industrialização dividiu a sociedade entre proprietários e trabalhadores. Utilize informações dos textos e imagens para observar como essa divisão pode ser observada.
- Essa divisão entre social entre bairros ainda existe nos dias atuais? Isso ocorre atualmente em São Paulo? Pesquise e exemplifique.
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