Plano de aula não presencial
EE Rodrigues Alves
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Professor: Cláudio
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Disciplina: Eletiva – Geografia do
Futebol
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Classes:6º B
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Data: 08 a 12 de junho
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Objetivo da aula: Compreender as
dificuldades enfrentadas pelos negros para fazer parte dos elencos do futebol
brasileiro.
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Habilidade da aula: Entender
o difícil processo de inclusão dos negros nos primórdios do futebol
brasileiro.
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Conteúdo da aula: A inserção do negro no futebol brasileiro
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Roteiro da atividade:
Através da leitura do texto, produza uma análise
crítica sobre as dificuldades de inclusão do negro no futebol brasileiro.
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Informações adicionais sobre a
elaboração e entrega das atividades:
Vídeos complementares na página do facebook
Virtua professor Claudio - @claudioteacher
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Data da entrega: 15 de junho
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E mail onde o aluno deverá
entregar a atividade:
claudiogoncalves@professor.educacao.sp.gov.br
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A
inserção do negro no futebol brasileiro
História visa lembrar aos brasileiros a
importância do povo africano na formação da cultura nacional. E, como não podia
deixar de ser, no futebol, esporte mais importante do país e forte expressão da
cultura brasileira, o negro também teve – e continua tendo – participação
importante.
O futebol chegou ao Brasil com status de
esporte de elite. Na Inglaterra, já era jogado por operários de fábricas, mas
chegou a terras brasileiras por meio de estudantes de classe alta, que voltavam
do Reino Unido com bolas e chuteiras na bagagem, como foram os casos de Charles
Miller e Oscar Cox, os pioneiros da modalidade no Brasil.
Bangu e Vasco: pioneirismo e “exclusão”
No entanto, não demorou muito para que o
football conquistasse os operários e trabalhadores também do Brasil. O exemplo
mais simbólico é o do Bangu Atlético Clube, time fundado por ingleses, mas
formado, em grande parte, pelos operários da Fábrica de Tecidos Bangu, no
subúrbio do Rio de Janeiro. O clube foi o primeiro no estado a escalar um
atleta negro, Francisco Carregal, em 1905. O feito fez com que, em 1907, a Liga
Metropolitana de Football (equivalente à atual FERJ) publicasse uma nota
proibindo o registro de “pessoas de cor” como atletas amadores de futebol. O
clube, então, optou por abandonar a Liga e não disputar o Campeonato Carioca.
O Bangu ficou conhecido como um clube símbolo
da luta contra o racismo no futebol brasileiro, mas foi o Vasco da Gama que
entrou para a História ao conquistar um título com um plantel formado quase que
inteiramente por jogadores negros, muitos deles “contratados” junto ao Bangu (à
época, o futebol ainda era amador, e não havia contratações formais de
atletas). O clube, que em 1905 já havia elegido um presidente mulato, Cândido
José de Araújo, foi campeão carioca em 1923, seu ano de estreia na Primeira
Divisão, e despertou a ira dos rivais. No ano seguinte, Fluminense, Flamengo,
Botafogo e outros times abandonaram a Liga e fundaram a Associação
Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), entidade à qual o Vasco só poderia
se filiar se dispensasse seus 12 atletas negros.
Cabelo esticado e pó-de-arroz para disfarçar
Apesar do grande racismo no futebol brasileiro
no início do século XX, o primeiro grande ídolo da modalidade no país foi
justamente um mulato. Filho de um alemão com uma brasileira negra, Arthur
Friedenreich foi o maior jogador brasileiro na época do futebol amador. Autor
do gol que daria o primeiro título à Seleção Brasileira, o Sul-Americano de
1919, Friedenreich era mulato e tinha olhos verdes. antes de entrar em campo, o
atacante esticava o cabelo rente ao couro cabeludo para parecer “mais branco”.
Tática semelhante foi usada por Carlos Alberto,
jogador que trocou o America pelo Fluminense em 1914. Como a camisa branca do
clube de elite da zona sul contrastava com sua pele mulata, Carlos Alberto
entrava em campo maquiado com pó-de-arroz, que, ao longo da partida, ia
escorrendo junto ao suor. A torcida então passou a gritar “pó-de-arroz”, que
posteriormente se tornaria um apelido dos adeptos tricolores.
Profissionalismo e a inserção do negro no
futebol
O Fluminense, aliás, também teve sua
participação na luta contra o racismo no futebol, apesar de involuntariamente.
À medida que a presença de negros e mulatos foi se tornando cada vez mais
aceita dentro dos elencos – ou necessária, pois o nível do futebol praticado em
campo ia melhorando e os times se viam obrigados a contar com jogadores de
todos os tons de pele para poder competir em pé de igualdade com seus rivais –
o clube das Laranjeiras viu aumentar o preconceito dos sócios com os jogadores
negros que frequentavam sua sede. Como uma medida para separar sócios de
jogadores, o Fluminense entrou na briga pela profissionalização do futebol no
início da década de 1930, fazendo com que seus jogadores, agora empregados
assalariados, entrassem na sede das Laranjeiras pela porta de funcionários e
não mais tivessem contato com os sócios elitistas.
A profissionalização do futebol no Brasil foi
um grande passo para a redução do racismo na modalidade. Como os atletas
passaram a ser contratados e pagos de acordo com seu nível técnico, a cor de
pele dos jogadores passou a ser uma questão menos importante. A nova situação
do futebol brasileiro propiciou o reconhecimento de talentos como Leônidas da
Silva, o Diamante Negro, que encantou o mundo na Copa de 1938, na França. Antes
disso, a presença de negros na Seleção Brasileira ainda era vista com maus
olhos.
Em 1921, por exemplo, o então presidente
Epitácio Pessoa sugeriu que não fossem convocados jogadores negros para a
disputa do Sul-Americano daquele ano para que fosse projetada no exterior “uma
imagem composta pelo melhor da sociedade brasileira”. No entanto, a popularização
do futebol ao longo do século passado o expandiu a todas as camadas sociais do
país, e negros como Domingos da Guia, Leônidas, Barbosa, Nilton Santos e outros
foram conquistando seu espaço nos clubes e na Seleção e agregando valor ao
futebol brasileiro.
Atualmente, ainda não é possível dizer que o
futebol brasileiro se viu livre do racismo. No entanto, é evidente o
reconhecimento da participação do negro no desenvolvimento do futebol do país,
a ponto de o melhor jogador de todos os tempos, eleito atleta do século XX,
Pelé, ser negro e não precisar esticar o cabelo nem passar pó-de-arroz para ter
seu talento reconhecido.
Fonte: Geledés
Atividade
Através
da leitura do texto, produza uma análise crítica sobre as dificuldades de
inclusão do negro no futebol brasileiro.
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