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segunda-feira, 8 de junho de 2020

ATIVIDADE DE PORTUGUÊS - PROF AILTON - EJA 2º M A, B e C 08 A 12/06/2020

Plano de aula não presencial
EE Rodrigues Alves
Professor: Ailton Carlos Santos
Disciplina: Língua Portuguesa
Classes: 2º M A,B e C
Data: 08 a 12 de junho
Objetivo da aula: Conceituar o gênero argumentativo artigo de opinião valorizando as relações entre esse gênero e o mundo do trabalho
Habilidade da aula: Reconhecer diferentes elementos que estruturam o texto argumentativo
Conteúdo da aula: Artigo de opinião – contexto de produção
Roteiro da atividade:

Assistir as aulas propostas no Centro de Mídias (app e TV)
Leitura do artigo de opinião “Drogas e o discurso proibitivo”.
Responder as questões relacionadas ao texto.




Informações adicionais sobre a elaboração e entrega das atividades:
Você pode copiar a atividade no caderno, responder, tirar uma foto e enviar por email ou
Você pode responder no arquivo word e enviar para o email.
Não esqueça de identificar a atividade com nome completo, número e termo
Data da entrega: até 19 de junho de 2020
E mail onde o aluno deverá entregar a atividade:
proailtonsantos@hotmail.com

EE RODRIGUES ALVES

NOME___________________________________________nº______2ºM______


Artigo:
Drogas e o discurso proibitivo
Cezar Bueno
O endurecimento atual das políticas antidrogas busca fundamentação moral e política no passado recente. Desde o início do século XIX, nos EUA, as instituições oficiais e setores da sociedade civil, tendo à frente a supremacia dos homens brancos, desconfiavam dos hábitos exóticos das minorias que vinham da África e do Oriente Médio fazer concorrência no mercado de trabalho norte-americano, impulsionado pelo rápido desenvolvimento do capitalismo industrial. A entrada de grupos humanos, com usos e costumes considerados exóticos, não demorou cais na mira do etiquetamento penal nos EUA. Os negros foram tachados como consumidores de cocaína; os chineses como viciados em ópio; os irlandeses como gambás humanos movidos a álcool; os mexicanos e outros hispânicos como indolentes, libidinosos e fumadores de maconha. Os usos e costumes desses grupos marginais, envolvidos com o uso de substâncias que alteram o estado de funcionamento da mente, entravam em confronto com as exigências econômicas, os interesses políticos e os valores morais cultuados na América do Norte.
A influência histórica das políticas proibicionistas arquitetadas pelo governo norte-americano contaminou uma pluralidade de saberes. Hoje, sociólogos, assistentes sociais, promotores, juízes e técnicos sociais dão a entender que a miséria das drogas parece superar, em termos de propensão à prática de atos anti-sociais graves, as misérias materiais produzidas pelo capitalismo selvagem.
Discursos oficiais e acadêmicos costumam fazer associações mecânicas entre o consumo de drogas e a prática de atos infracionais violentos. Uma leitura ingênua e superficial acerca das drogas supõe fazer acreditar que o perigo social do crime e da violência exclui, por exemplo, os jovens filhos drogados e medicalizados da classe média e recai sobre os ombros dos jovens miseráveis e brutalizados das periferias.
Sabe-se, no entanto, que não é possível fazer uma associação mecânica entre o consumo de drogas e a prática de agressões físicas violentas. Muitos adolescentes, filhos da classe média brasileira e de outros países, divertem-se nas festas rave, consomem álcool ou substâncias entorpecentes, porém, raramente ocupam o noticiário na mídia registrando tragédias e mortes prematuras.
Faltam debates mais amplos e atualizados acerca das drogas. A insistência na formulação de políticas legislativas demagógicas e penalizadoras contribuem para rotular, por antecipação, milhares de jovens e famílias que habitam os cinturões urbanos das senzalas urbanas. O debate e as possíveis soluções para enfrentar a escala da produção, da distribuição e do consumo de drogas devem ocupar o centro dos debates políticos e acadêmicos sem rótulos ou ideologias políticas preestabelecidas. As saídas eficazes para enfrentar o aumento do consumo de drogas já não podem ignorar os interesses econômicos e apelos culturais que tornam o mercado ilegal das drogas atraente e promissor.

CEZAR BUENO é professor de Sociologia na Unifil e na PUC-PR, campus Londrina.
Texto extraído do jornal Folha de Londrina de 19/08/2007.

1 – O papel social assumido influencia no posicionamento do autor? De que forma?
2 – Qual o posicionamento do autor sobre o tema abordado?
3 – Qual argumento mais convincente, na sua opinião, que o autor utiliza?



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