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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

 

Plano de aula não presencial

EE Rodrigues Alves

Professor: Cláudio

Disciplina: Eletiva – Geografia do Futebol

Classes:6º B

Data: 05 a 09 de outubro.

Objetivo da aula: Compreender as influências do regime ditatorial sobre o futebol brasileiro.

Habilidade da aula: Entender como a ditadura brasileira se apropriou do futebol como forma de manipulação de massas e as consequências dessa apropriação.

Conteúdo da aula:  O futebol também foi uma obra faraônica dos militares, e sofremos com isso até hoje

 

Roteiro da atividade:

A partir da leitura do texto responda: quais as influências da ditadura sobre o futebol brasileiro?

Informações adicionais sobre a elaboração e entrega das atividades:

Vídeos complementares na página do facebook Virtua professor Claudio - @claudioteacher

 

Data da entrega: 13 de outubro.

E mail onde o aluno deverá entregar a atividade:

claudiogoncalves@professor.educacao.sp.gov.br

 

O futebol também foi uma obra faraônica dos militares, e sofremos com isso até hoje

O futebol brasileiro é um gigante. Possui clubes tradicionais e abundância de talento. Está fincado em um país populoso, economicamente forte e de dimensões continentais. Mesmo assim, a organização do esporte nunca engrenou. A situação que chega a ser risível quando comparada com as ligas de nações bem menores. A ladainha de problemas é extensa, e não vem de hoje, tornando quase uma tradição nacional. Atravessaram mais de um século, aprendendo a conviver com os mais diferentes gêneros de cartolas e políticos. Mas que, ainda assim, possuem amplas raízes durante os 21 anos em que a ditadura militar regeu o Brasil, quando exatamente o excesso de gigantismo atrapalhou o desenvolvimento das estruturas. A forma como o regime utilizou o futebol para legitimar alguns de seus dogmas é evidente. O tricampeonato da Seleção na Copa de 1970 é o exemplo mais óbvio. Mas também determinou diversas diretrizes que influenciaram os clubes. A criação do Campeonato Brasileiro em 1971 veio na esteira do Plano de Integração Nacional do presidente Emilio Garrastazu Médici – e que será aprofundada na terceira matéria desta série. Entretanto, muitas das mazelas que travam o futebol brasileiro atualmente têm origem na forma como o regime utilizou os times para manobras políticas. O auge desse processo aconteceu na década de 1970. Médici não escondia seu apreço pelo futebol e tentava mesmo passar sua imagem como um torcedor de estádio, que ficava em pé na arquibancada com o radinho de pilha na orelha. E as ações do governo se estenderam também à Confederação Brasileira de Desportos. João Havelange era o presidente da entidade. “Criou-se um monstrengo. É um modelo do Havelange, reproduzido de certa maneira na Fifa. Uma superestrutura desnecessária. É importante salientar que grande parte dos problemas são anteriores ao golpe militar, vem do período de Getúlio Vargas no poder. Mas o futebol ainda padece de questões posteriores”, contextualiza o jornalista Juca Kfouri, chefe de reportagem e diretor de redação da Revista Placar durante a ditadura.

 

Havelange dançava de acordo com a música tocada pelo governo, mas não era tão querido pelos militares. Diante das denúncias de corrupção (que, sim, já datavam daquela época), começou a ser vigiado pelo regime e até mesmo convocado para depor. Saiu da CBD em 1975, substituído pelo Almirante Heleno Nunes, de forte atuação política no regime. Uma época em que o inchaço do Brasileirão e a construção de estádios gigantescos tomaram conta do futebol. Não apenas para tornar o esporte realmente nacional, mas para agradar os caciques políticos também em regiões onde o futebol não era exatamente uma potência. “A utilização política do futebol é contínua, não é exclusividade do regime militar. Acontecia antes e continua hoje, pela própria representatividade que o futebol tem para a população. O que a ditadura fez, outros também fizeram”, explica o jornalista e historiador Marcos Guterman, autor do livro O futebol explica o Brasil. “Mas foi o momento em que houve o maior incentivo, que isso ficou mais claro com a construção de grandes estádios e o inchaço do campeonato para satisfazer as alianças políticas. Era uma tentativa de trazer os cartolas para a órbita política dos militares”.

 

AS OBRAS FARAÔNICAS NO FUTEBOL BRASILEIRO

Para dimensionar melhor a maneira como o regime militar se apossou do futebol brasileiro, basta olhar os números. Quando o Campeonato Brasileiro surgiu, em 1971, apenas 20 equipes formavam a elite. A edição de 1972 já contou com 26 times. E o número de participantes do Brasileiro só cresceu a partir de então. Teve entre 40 e 42 participantes nas três edições seguintes. Chegou a 54 em 1976, quando todos os Estados da federação passaram a contar com pelo menos um representante na liga. A prática do famoso lema “onde a Arena vai mal, mais um time no nacional” chegava ao seu ápice no início da gestão de Heleno Nunes, tentando contornar as crises políticas do partido do regime através do futebol. Na sequência, foram 62 clubes em 1977, 74 em 1978 e o recorde absoluto de 94 integrantes na primeira divisão em 1979 – quando São Paulo e Santos preferiram desistir da competição excessivamente inchada. Já a construção de estádios gigantescos também se intensificava com Geisel e Médici no poder. “Eram construções vistosas. Estádios para menos de 70 mil pessoas eram considerados pequenos. E era um período em que os torcedores lotavam as arquibancadas, fazia sentido. O dinheiro no período do regime militar não tinha fim. Não havia controle sobre os gastos públicos. Depois que houve a mudança política, não havia como os clubes manterem aquilo. Muitos desses estádios apodreceram. O caso da Fonte Nova é emblemático”, comenta Guterman.

Atividade

A partir da leitura do texto responda: quais as influências da ditadura sobre o futebol brasileiro?

 

 

 

 

 


 

 

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