Plano
de aula não presencial EE
Rodrigues Alves |
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Professor: Cláudio |
Disciplina: Eletiva – Geografia do Futebol |
Classes:6º B |
Data: 05 a 09 de outubro. |
Objetivo da aula: Compreender as influências do regime
ditatorial sobre o futebol brasileiro. |
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Habilidade da aula: Entender como
a ditadura brasileira se apropriou do futebol como forma de manipulação de
massas e as consequências dessa apropriação. |
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Conteúdo da aula: O
futebol também foi uma obra faraônica dos militares, e sofremos com isso até hoje
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Roteiro da
atividade: A partir da
leitura do texto responda: quais as influências da ditadura sobre o futebol
brasileiro? |
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Informações adicionais sobre a elaboração e entrega das
atividades: Vídeos complementares na página do facebook Virtua
professor Claudio - @claudioteacher |
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Data da entrega: 13 de outubro. |
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E mail onde o aluno deverá entregar a atividade: claudiogoncalves@professor.educacao.sp.gov.br |
O futebol também foi uma obra faraônica
dos militares, e sofremos com isso até hoje
O futebol brasileiro é um gigante.
Possui clubes tradicionais e abundância de talento. Está fincado em um país populoso,
economicamente forte e de dimensões continentais. Mesmo assim, a organização do
esporte nunca engrenou. A situação que chega a ser risível quando comparada com
as ligas de nações bem menores. A ladainha de problemas é extensa, e não vem de
hoje, tornando quase uma tradição nacional. Atravessaram mais de um século,
aprendendo a conviver com os mais diferentes gêneros de cartolas e políticos.
Mas que, ainda assim, possuem amplas raízes durante os 21 anos em que a
ditadura militar regeu o Brasil, quando exatamente o excesso de gigantismo
atrapalhou o desenvolvimento das estruturas. A forma como o regime utilizou o
futebol para legitimar alguns de seus dogmas é evidente. O tricampeonato da
Seleção na Copa de 1970 é o exemplo mais óbvio. Mas também determinou diversas
diretrizes que influenciaram os clubes. A criação do Campeonato Brasileiro em
1971 veio na esteira do Plano de Integração Nacional do presidente Emilio
Garrastazu Médici – e que será aprofundada na terceira matéria desta série.
Entretanto, muitas das mazelas que travam o futebol brasileiro atualmente têm
origem na forma como o regime utilizou os times para manobras políticas. O auge desse
processo aconteceu na década de 1970. Médici não escondia seu apreço pelo
futebol e tentava mesmo passar sua imagem como um torcedor de estádio, que
ficava em pé na arquibancada com o radinho de pilha na orelha. E as ações do
governo se estenderam também à Confederação Brasileira de Desportos. João
Havelange era o presidente da entidade. “Criou-se um monstrengo. É um modelo do
Havelange, reproduzido de certa maneira na Fifa. Uma superestrutura
desnecessária. É importante salientar que grande parte dos problemas são
anteriores ao golpe militar, vem do período de Getúlio Vargas no poder. Mas o
futebol ainda padece de questões posteriores”, contextualiza o jornalista Juca
Kfouri, chefe de reportagem e diretor de redação da Revista Placar durante a
ditadura.
Havelange
dançava de acordo com a música tocada pelo governo, mas não era tão querido
pelos militares. Diante das denúncias de corrupção (que, sim, já datavam
daquela época), começou a ser vigiado pelo regime e até mesmo convocado para
depor. Saiu da CBD em 1975, substituído pelo Almirante Heleno Nunes, de forte
atuação política no regime. Uma época em que o inchaço do Brasileirão e a
construção de estádios gigantescos tomaram conta do futebol. Não apenas para
tornar o esporte realmente nacional, mas para agradar os caciques políticos
também em regiões onde o futebol não era exatamente uma potência. “A utilização
política do futebol é contínua, não é exclusividade do regime militar.
Acontecia antes e continua hoje, pela própria representatividade que o futebol
tem para a população. O que a ditadura fez, outros também fizeram”, explica o
jornalista e historiador Marcos Guterman, autor do livro O futebol explica o Brasil. “Mas foi o momento em que
houve o maior incentivo, que isso ficou mais claro com a construção de grandes
estádios e o inchaço do campeonato para satisfazer as alianças políticas. Era
uma tentativa de trazer os cartolas para a órbita política dos militares”.
AS OBRAS FARAÔNICAS NO FUTEBOL BRASILEIRO
Para dimensionar melhor a maneira como
o regime militar se apossou do futebol brasileiro, basta olhar os números.
Quando o Campeonato Brasileiro surgiu, em 1971, apenas 20 equipes formavam a
elite. A edição de 1972 já contou com 26 times. E o número de
participantes do Brasileiro só cresceu a partir de então. Teve entre 40 e 42
participantes nas três edições seguintes. Chegou a 54 em 1976, quando todos os
Estados da federação passaram a contar com pelo menos um representante na liga.
A prática do famoso lema “onde a Arena vai mal, mais um time no nacional”
chegava ao seu ápice no início da gestão de Heleno Nunes, tentando contornar as
crises políticas do partido do regime através do futebol. Na sequência, foram
62 clubes em 1977, 74 em 1978 e o recorde absoluto de 94 integrantes na
primeira divisão em 1979 – quando São Paulo e Santos preferiram desistir da
competição excessivamente inchada. Já a construção de estádios gigantescos
também se intensificava com Geisel e Médici no poder. “Eram construções
vistosas. Estádios para menos de 70 mil pessoas eram considerados pequenos. E
era um período em que os torcedores lotavam as arquibancadas, fazia sentido. O
dinheiro no período do regime militar não tinha fim. Não havia controle sobre
os gastos públicos. Depois que houve a mudança política, não havia como os
clubes manterem aquilo. Muitos desses estádios apodreceram. O caso da Fonte
Nova é emblemático”, comenta Guterman.
Atividade
A partir da leitura
do texto responda: quais as influências da ditadura sobre o futebol brasileiro?
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