Plano de aula não presencial
EE Rodrigues Alves
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Professor:
Ailton
Carlos Santos
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Disciplina:
Língua
Portuguesa
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Classes:
2º M
A,B e C
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Data:
15 a 19
de junho
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Objetivo
da aula: Aprofundar
os conhecimentos sobre o gênero argumentativo artigo de opinião valorizando
as relações entre esse gênero e o mundo do trabalho
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Habilidade
da aula: Reconhecer diferentes elementos que estruturam o texto argumentativo
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Conteúdo
da aula: Artigo de opinião – vozes no artigo
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Roteiro
da atividade:
Assistir as aulas propostas no Centro de Mídias (app e TV)
Leitura da explicação: “As várias vozes que circulam no
artigo de opinião”
Leitura do artigo de opinião “O que deixar para nossas
crianças”.
Responder as questões relacionadas ao texto.
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Informações
adicionais sobre a elaboração e entrega das atividades:
Você pode copiar a atividade no caderno, responder, tirar uma
foto e enviar por email ou
Você pode responder no arquivo word e enviar para o email.
Não esqueça de identificar a atividade com nome completo,
número e termo
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Data
da entrega: até 26 de junho de 2020
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E
mail onde o aluno deverá entregar a atividade:
proailtonsantos@hotmail.com
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As várias vozes que circulam no
artigo de opinião
Geralmente, um texto escrito traz
outras “vozes” que não as do autor, mas que “falam” pelo autor, pelo fato de
que a comunicação humana é marcada pelo dialogismo. O autor de um texto
“conversa” com outras pessoas que pensam de formas diferentes da sua, através
de outras leituras que ele faz. Quem lê um
remetem a outros textos. Geralmente, as leituras que fazemos são
constituídas pelo resultado de muitas outras leituras, o que nos dá condições
de fazer esse diálogo entre os textos lidos anteriormente e os que estamos
lendo.
Esse conhecimento anterior nos prepara
para concordar ou discordar, totalmente ou em parte das ideias do autor,
orienta-nos para perceber aspectos que não estão sendo considerados pelo autor
do texto e pensar numa possível razão pela qual ele faz isso. Essa leitura
crítica faz com que não sejamos manipulados e não aceitemos de pronto qualquer
informação ou ideia, podendo exercer nossa liberdade de opinião.
Leia o artigo de Lya Luft procurando
perceber o diálogo que se realiza entre o texto e você, leitor, entre o texto e
outros textos.
Artigo - Lya Luft
O que deixar para nossas crianças
Aos que detestam
datas marcadas, porque as consideram exploração comercial, digo que concordo em
parte; explora-se a nossa burrice existencial básica, que se submete aos
modismos, às propagandas, ao consumismo desvairado. Pais que se endividam para
comprar brinquedos e objetos caros e supérfluos para crianças que poderiam
fazer coisa bem mais interessante, como jogar bola, pular corda, ler um livro,
armar um quebra-cabeça, praticar esporte. Isso acontece na
Páscoa, no Dia das Crianças, no Natal,
em cada aniversário. Nesse aspecto, acho que os dias marcados para celebrar
coisas positivas se tornam – para os tolos e frívolos, os desavisados – coisa
negativa, fonte de tormento e preocupação. Mas, visto sob outro prisma, não
acho ruim existirem datas em que a gente é levada a lembrar, a demonstrar o
afeto que se dilui no cotidiano, a fazer algum gesto carinhoso a mais. A
prestar uma homenagem: refiro-me agora à data vizinha do Dia das Crianças, o
Dia do Professor, celebrado na semana passada. Ofício tão desprestigiado, por
mal pago, pouco respeitado e mal amado, que milhares e milhares de jovens
escolhem outra carreira. E não me falem de sacerdócio: o professor, ou a
professora, precisa comer e dar de comer, morar e pagar moradia, transportar-se
e pagar transporte, comprar remédio, respirar, viver. Além disso, deveria poder
estudar, ler, comprar livros, aperfeiçoar-se e descansar para enfrentar o
dia-a-dia de uma profissão muito desgastante.
Então, reunindo a
ideia das duas datas, crianças e mestres, reflito um pouco sobre o que me
sugeriu dias atrás um amigo:
__ Escreva sobre que mundo estamos
deixando para nossas crianças, pois vai nascer minha primeira neta, e essa
questão se tornou presente em minha vida.
Pois é. Criança tem
entre muitos esse dom de nos dar um belo
susto existencial: abala as estruturas da nossa conformidade, nos torna alerta,
nos deixa ansiosos. O que estou fazendo por ela, o que posso fazer por ela,
quem devo ser ou me tornar para representar um bem para esse neto ou neta,
filho ou filha, aluno ou aluna?
Se forem as crianças
de minha casa, a questão se torna crucial, e o amor é a dádiva primeira. E aí
entram também os casais, tema por vezes espinhoso. Temos em casa um clima
fundamentalmente bom e harmonioso, apesar das naturais diferenças e
dificuldades? Por baixo do cotidiano de aparente rotina corre um rio de afeto
ou grassam discórdia e rancores? Como apresentar ao imaginário infantil a figura
do nosso parceiro ou parceira? Lembro aqui a atitude infeliz de tantas
mulheres: desabafar diante dos filhos, pequenos ou adultos, sua raiva e
insatisfação. Pior; usar os filhos para manipular emocionalmente o parceiro,
usando-os para promover a própria vitimização e tornar quase um monstro o pai
deles.
Vão mais uma vez
dizer que privilegio os homens, mas essa postura, vingativa, cruel e mesquinha,
é muito mais frequente nas mulheres, sobretudo nas separadas. Não somos todas
umas santas, não somos boazinhas. A mãe-vítima e a santa esposa me assustam:
hão de cobrar, com altos juros, todo esse sacrifício.
Enfim: que legado
deixamos para as crianças? Primeiro, vem o legado pessoal: quem somos, quem
podemos ser, quem poderíamos nos tornar, para que elas tenham um mínimo de
confiança, um mínimo de amor por si próprias, um mínimo de otimismo para poder
enfrentar a dura vida. Depois, podemos olhar para fora e imaginar um mundo,
pelo menos um país, onde elas não tenham de presenciar espetáculos degradantes
de corrupção, melancólicos jogos de interesse ou de poder. Onde os líderes
sejam honrados, onde seus pais não se desesperem nem descreiam de tudo. Onde
todos tenham escolas sólidas com professores bem pagos e bem preparados. Onde,
em precisando, elas disponham de hospitais excelentes e médicos em abundância,
de higiene em sua casa, comida em sua mesa, horizonte em sua vida. E que as
crianças possam ter a seu lado, mais que um anjo da guarda, a Senhora
Esperança: ela será a melhor companheira e o mais precioso legado.
LYA LUFT é escritora.
Texto retirado da revista Veja de
24/10/2007.
Questões
1. Com quem a autora estabelece um
“diálogo” no primeiro parágrafo do texto?
2. Há uma perspectiva de concordância
ou discordância nessa “conversa”?
3. Ainda no primeiro parágrafo, pode-se
perceber uma contradição nas ações das pessoas que dizem detestar datas
marcadas. Que ideias estão se opondo, nesse caso?
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