Escola Estadual Rodrigues Alves
A Escola Estadual Rodrigues Alves
é uma escola pública que foi fundada em 1909, dez anos antes da inauguração do
prédio onde se localiza atualmente, projetado pelo arquiteto brasileiro
Francisco Ramos de Azevedo, em 1909.

Além disso, o prédio passou a
ser um patrimônio histórico a partir do processo de tombamento realizado pelo
CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico
e Turístico).
O prédio, de utilização
institucional e propriedade do Governo do Estado de São Paulo, abriga a
escola que era conhecida antigamente como Grupo Escolar da Avenida Paulista ou
Grupo Escolar Rodrigues Alves, assim como eram conhecidas outras escolas no começo
do século XX.
Dentro da rede estadual, a
instituição abriga o maior número de estudantes transgêneros que usam nome
social, sendo eles em 28 dentre o total geral. O professor Donizete Hernandes
Leme é o diretor da escola.
HISTÓRIA
O primeiro nome foi Escolas
Reunidas da Avenida Paulista, depois passou, então, a se chamar Grupo Escolar
Rodrigues Alves e atualmente é conhecida por Escola Estadual Rodrigues Alves.
Através do decreto nº 248, do dia 26 de julho de 1894, que aprovou o
Regimento Interno das escolas públicas, criou-se um novo modelo de escolas, os
grupos escolares.
“Artigo 81 - Nos lugares em que,
em virtude de densidade da população, houver mais de uma escola no raio fixado
para a obrigatoriedade, o Conselho Superior poderá fazê-las funcionar em um só
prédio para esse fim construído ou adaptado.
§ 19. Tais escolas terão a
denominação de Grupos Escolares com a sua respectiva designação numérica em
cada localidade.
§ 29. Por deliberação do Conselho
os Grupos Escolares poderão ter denominações especiais, em homenagem aos
cidadãos que por ventura concorram com donativos importantes para o
desenvolvimento da educação popular, principalmente no que se refere reunião das
escolas.
Artigo 82 - Cada Grupo Escolar
poderá comportar a lotação de 4 a 10 escolas isoladas no máximo e será regido
por tantos professores quantos forem os grupos de 40 alunos e pelos adjuntos
que forem necessários à diretoria
§ 19. Podem funcionar no mesmo
edifício escolas do sexo masculino e do feminino, havendo completa separação de
sexos.
§ 29. Nos “grupos escolares”, os
alunos serão distribuídos em 4 classes para cada sexo, correspondentes ao 1, 2,
3 e 4 anos do curso preliminar".”
Móvel antigo da Escola Estadual
Rodrigues Alves.
O prédio não era próprio, e
ficava na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, em um espaço alugado
onde o governo era quem pagava o valor ao proprietário. Para resolver esse
problema, mudou-se posteriormente para o endereço atual, esquina da Avenida
Paulista com a Rua Teixeira da Silva, em 1919.
Além disso, de acordo com
informações do livro do processo de tombamento histórico, o Grupo Escolar da
Avenida funcionava das 08h00 ao 12h00 e de 12h30 às 16h30, educando todos os
dias cerca de 200 alunos, de acordo com informações do livro do processo de
tombamento histórico. Atualmente, a escola tem 2 600 alunos.
A escola é composta por dois
prédios, o prédio antigo e o novo, ambos com dois pavimentos, este último com
uma quadra de esportes. O prédio tombado tem pisos e escadas de madeira, portas
grandes de madeiras com vidros, vitrais coloridos e alguns móveis antigos
espalhados pela escola, como um piano.
Em 1932, a escola abriu as portas
para proteger crianças e soldados da Revolução Constitucionalista de 1932
debaixo de seu teto.
Já em 1960, com a supervisão da
AACD (Associação de Assistência à Criança Defeituosa), abriu-se quatro classes
especiais destinadas à crianças com deficiência física.
Em 1983, houve um reforma na
lateral da Escola Estadual Rodrigues Alves, foi construído um pequeno espaço
para zeladoria, mas cuja aceitação não se deu pelo CONDEPHAAT, o qual pediu
a demolição da pequena área. A justificativa foi que a construção prejudicaria,
de acordo com documentos do processo de tombamento, “sensivelmente a realização
de (...) obras de recuperação do citado edifício”, porém reconhecendo que
se houvesse necessidade, a ampliação da zeladoria deveria seguir os caminhos da
recuperação.
Entre julho de 2003 a 2005,
aconteceu a restauração do prédio que foi patrocinada pelo Banco Real,
atualmente pertencente ao Banco Santander, trocaram-se as janelas, instalações
elétricas e hidráulicas, grades e a pintura. O investimento foi de 5 milhões de
reais. Aqui, mais uma curiosidade: as tintas tiveram que ser importadas da
Itália, pois não havia no Brasil cores que se aproximavam do amarelo original.
Ademais, a restauração foi gerenciada pela empresa especializada em restauração
FormArte, a qual inclusive realizou um projeto de recuperação da memória da
escola com um programa de educação patrimonial.
ARQUITETURA
Com a vinda da família real para
a colônia em 1808, inicia-se uma nova fase na arquitetura brasileira. Assim,
também da Europa vieram as influências para a arquitetura do neoclassicismo em
sua segunda fase, cuja notoriedade se dá no Brasil com a Missão Artística
Francesa, que fundou no Rio de Janeiro a Escola de Artes e Ofícios,
posteriormente conhecida como Academia Imperial de Belas Artes. Junto com a
família real, a Missão Artística Francesa e o neoclassicismo, vieram artistas
como Jean-Baptiste Debret, pintor, desenhista e professor francês que morou no
Brasil durante quinze anos. A primeira fase é caracterizada por seguir as leis
da proporcionalidade, clareza, razão, disciplina e equilíbrio.
No prédio da Escola Estadual
Rodrigues Alves podemos encontrar então vestígios da arquitetura neoclássica
urbana. A parede pintada com a cor amarela está dentro das características
do neoclassicismo. A entrada com a porta em formato de arco pleno, a parede
frontal com detalhes salientes e a presença de vidro coloridos em algumas
partes do prédio também fazem parte desse arranjo neoclássico.
Mas é no ecletismo arquitetônico
que o prédio encontra suas raízes. De acordo com os documentos do processo de
tombamento, “foi o neoclássico popularizado como reflexo das lições dos
arquitetos dos nos primeiros anos da Escola Nacional de Belas Artes (...). Foi
o neoclássico tentado com a mão de obra imigrante em São Paulo antes mesmo do
surgimento de obras significativas”. Ornamentação profusa, platibanda
decorada, pinhas, compoteiras, janelas em arco, medalhões, rustificação
perfazem a linguagem eclética em busca do neoclassicismo. Também perfazem a
busca pelo antigo espírito clássico, a harmonia entre as partes justapostas, a
composição arquitetônica a partir de regras, a proporcionalidade, o volume
definido, a simetria, o frontão triangular com o tímpano decorado, a platibanda
lisa, ornamentada ou vazada, pilastras retangulares, e a combinação entre arcos
e colunas.
Por fim, como já dito, incluiu a
nova concepção de espaço urbano da Europa, com áreas largas, com aberturas para
aeração e ordenação de plantas. Sendo assim, as oligarquias cafeeiras, agora
com suas construções e o próprio Estado construindo escolas, hospitais e afins
nessa mesma lógica, a cidade de São Paulo ganhava regiões com ares de bulevares
europeus.
Uma obra com traços parecidos e
que também seguiu em suas construções as mesmas influências do neoclassicismo é
a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro idealizada por José Domingos
Monteiro, um arquiteto português, ou então o Teatro de Santa Isabel, situado na
Praça da República, em Recife, Pernambuco. O Grupo Escolar Pedro II, em
Perdizes, o Grupo Escolar Marechal Deodoro, no Bom Retiro e o Grupo Escolar
Marechal Floriano, na Vila Mariana, além de terem a mesma planta da Escola
Estadual Rodrigues Alves, todas foram inauguradas na mesma data.
TOMBAMENTO
O edifício da Escola Estadual Rodrigues Alves foi tombado através da Resolução CONPRESP 05/91, do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, sem mudanças nos documentos e estudos originais.
Por meio desse processo, a municipalidade paulistana autenticou os tombamentos feitos pelo CONDEPHAAT. Sendo assim, o processo de tombamento do prédio da Escola Estadual Rodrigues Alves foi realizado CONDEPHAAT, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico, um órgão da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e terminou no dia 9 de junho de 1982, registrado pelo número 22106.
No documento com os registros do processo de tombamento está escrito que “qualquer intervenção em termos de modificação, reforma ou destruição, deverá ser precedida de autorização do CONDEPHAAT”. Sendo assim, qualquer modificação no prédio só pode acontecer, desde 1982 com autorização do CONDEPHAAT. Atualmente, o estado é considerado satisfatório pelo órgão.
De acordo com os documentos de tombamento, o estudo do processo envolveu necessariamente três vertentes de estudo: por ser uma escola pública, implicou nos estudos das condições econômico-sociais da política educacional que deu nascente à escola. Também procurou-se entender o edifício de acordo com os outros edifícios de outras escolas públicas construídas na mesma época. Além da relação do prédio com o espaço urbano ao redor.
Como produto disso se chegou a três pontos de estudo: o panorama geral do ensino público em São Paulo da Primeira República, o ensino elementar no Brasil e sua disseminação, desde os jesuítas à República, e os grupos escolares. Todos já pontuados acima.
Por fim, o edifício foi tombado como patrimônio histórico por apresentar relevância histórica e arquitetônica. De acordo com os documentos disponibilizados pelo CONDEPHAAT, “a importância do Grupo Escolar Rodrigues Alves na história do Estado de São Paulo é inegável. Sendo um dos poucos remanescentes da Primeira Fase da Avenida Paulista, implantando ao lado das residências de cafeicultores enriquecidos, é ainda exemplo marcante das construções escolares do início da implantação da rede oficial de ensino estadual. Nesse sentido, sua preservação mais do que plenamente justificável é necessária”.
GALERIA
Fachada da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Foto: Prof. Nilton - Ago/2020
Foto: Prof. Nilton - Nov/2019
Foto: Prof. Nilton - Nov/2019 Foto: Prof. Nilton - Ago/2020
Entrada da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Foto: Prof. Nilton - Ago/2020
Foto: Prof. Nilton - 2019
Escada esquerda da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Corredor da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Sala dos Professores da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Laboratório da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Biblioteca da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Coordenação Pedagógica da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Acesso as Salas de Aula da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.




Teatro da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Estação do Metro Brigadeiro, acesso a Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Estadual_Rodrigues_Alves#Hist%C3%B3ria>
Corredor da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Foto: Prof. Nilton - 2019
Área externa da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.Sala dos Professores da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Laboratório da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Biblioteca da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Coordenação Pedagógica da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Acesso as Salas de Aula da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.

Foto: Prof. Nilton - 2019
Foto: Prof. Nilton - 2019

Foto: Prof. Nilton - 2019

Foto: Prof. Nilton - 2019
Foto: Prof. Nilton - 2019
Salas de Aula da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Foto: Prof. Nilton - 2019

Foto: Prof. Nilton - 2019
Teatro da Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.
Estação do Metro Brigadeiro, acesso a Escola Estadual Rodrigues Alves, em São Paulo (SP), Brasil.


Foto: Prof. Nilton - Ago/2020 Foto: Prof. Nilton - Ago/2020
Fonte: Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_Estadual_Rodrigues_Alves#Hist%C3%B3ria>